sexta-feira, 3 de junho de 2011

Minha Rosa Branca



Amor, amor, soubera eu o quanto doem os atos de amor.
E os que escondem o amor são mais doloridos.
Porque para mim, não se trata disso.
É doloroso demais ficar lá dentro trancada, sem luz, enfim atos que matam aos pouquinhos.

 - É melhor matar. Sim. É melhor. Sempre foi assim.
 - Não! Não por favor! Venha aqui, quero te abraçar forte, quero sentir seu corpo, seu coração batendo.  saia daí de dentro e venha aqui, por favor! Por uma única vez, por favor. Eu te mostrarei o amor, o verdadeiro prazer, como jamais ninguém poderá fazer. Que seja por uma única vez.
 - Minhas mãos, elas já não produzem mais nada.  
 - Não precisa. Deixe que eu farei tudo.
 - Eu te odeio!
 - O ódio é o amor doente.
 - Vá embora.
 - Estou indo.
 - Promete que nunca mais voltará?
 - Como doem os atos que escondem o amor, eu olho pra você e te amo, e isso não dói em mim. Mas não são sua palavras que me machucam. Antes fossem suas palavras. O que me dilacera são seus atos e suas decisões.
 - Promete que me deixará em paz?
 - Quando eu olho pra você, para sua boca, seu sorriso, seus seios e seus cabelos, eu desejo tocar-te, com carinho, com leveza, para que te sintas bem. Mas para mim o que me preenche é o teu olhar, e ele entra também como sangue novo nas minhas veias, mas também como a onda da morte. Não porque não me amas mas porque escondes seu am...
 - Prometa. Por favor.
 - Prometo. É isso que queres, minha rosa branca? (lágrimas nos olhos). 

Já não estava mais lá. A Rosa... não estava.
Como é triste o amor. Seja ele como for, é triste demais. Não terei mais minha rosa e não serei mais uma rosa, agora são só espinhos perfurando meus punhos em busca de sangue. É pontiagudo, o amor, é cortante, é algo que ficou pra trás. 
Agora. eu esqueci o que é amar. Sabe, prefiro esquecer do que esconder. Agora escondo e agora entendo a dor.
Olho a rosa ao meu lado no armário do banheiro, pego-a com as mãos e as tinjo de vermelho sangue.

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