segunda-feira, 4 de julho de 2011

O conto da rua de pedras.











Ela a avistou no fim da rua, o som de seus passos te davam arrepios.  Conforme se aproximava, ela podia ver mais nitidamente seu olhar, que como sempre estava forte e inebriante, eles lhe causavam intimidação pela tranqüilidade que transmitiam.
Finalmente ela estava próxima, bem próxima.   
Seu corpo estremeceu e seu coração acelerou, sua respiração ficou ofegante e o esforço que fazia para não demonstrar a onda de sentimentos que lhe tomava, fez com, por um momento, sentisse uma vertigem. Sentia raiva por não poder controlar isso.
- Você está bem? Perguntou-lhe tocando seus ombros e lhe dando um beijo leve na boca.
- Sim, estou, disse com um sorriso forçado.             
- Bem, estou aqui, porque me chamou?
Seus olhos agora pareciam duas espadas que lhe cortavam o rosto.
- Queria te ver, estava com saudade.
- Você me disse ao telefone que tinha algo a me dizer.
- E... eu sei. Disse baixinho enquanto sentia-se hipnotizada pela imagem de Lia.
- Na verdade eu queria dizer o que você já sabe, Queria dizer que eu te amo, e que não consigo mais viver sem você.
-Ama-me? Disse ela franzindo a testa. – O que quer dizer com isso?
Ficou em silêncio e abaixou os olhos, lembrou-se das ciganas que. Quando dançam, e disputam algo jamais abaixam o olhar, pois isso significaria que perderam a disputa.
-Não, não fiquei assim, o que há de errado em amar? Disse ela olhando pra um ponto fixo que eu tentei decifrar onde era, porém não consegui.
- Em amar, não há nada errado, a única coisa errada às vezes é a pessoa a quem se ama.
- Pensas que sou a pessoa errada pra se amar? 
- Não.
- Então... por que se entristeceu?
- Por nada. Dizendo isso, sentou-se na calçada e acendeu um cigarro.
Lia permaneceu de pé imóvel. Olhando pra ela, parecia inquieta, porém pensativa.
- Você disse que eu já sabia disso, talvez soubesse, mas ouvir de sua boca foi bem melhor sabe?
- Melhor? Disse, com ar de sarcasmo.
- Levante-se, por favor. Vamos sair daqui, está frio.
Ela levantou-se e a abraçou pela cintura, ainda com o cigarro entre os dedos.
Lia fechou os olhos e sentiu a respiração quente, em contraste com o ar gelado daquele fim de tarde.
Ela beijou seu pescoço sensualmente, e logo chegou à sua boca. Molhou um pouco com a língua, e em seguida a beijou, Lia quase desfalecida em seus braços. Com a outra mão tocou-lhe as coxas, suas mãos estavam deliciosamente quentes, e logo estavam na vagina ainda por fora da calcinha.
Calmamente ela a masturbou, lentamente, discretamente. E a beijava, sentindo sua alma, suas vísceras, o calor do sangue.
Não conseguia entender como podia ser algo tão intenso o que sentiam uma pela outra.
Lia abriu os olhos, estavam brilhantes, sorriu, ainda sentia sua vagina pulsar do orgasmo que acabara de ter. Seu corpo estava fraco, e ainda apoiava-se nos braços dela.
- Porque fez isso? Sabes que eu não resisto.
- Também não.
- Vamos sair daqui por favor, quero ficar com você,                                                                        o resto da noite. Disse sorrindo.
- Aonde vamos?
- Não importa, disse Lia, o que importa é estarmos juntas essa noite.
- E desapareceram junto com o por do sol, naquela rua de pedras. 

Um comentário:

  1. é lindo! Amo quando leio algo e consigo visualizar a cena toda, quando o escritor...no caso a escritora, nos coloca dentro da cena.

    ResponderExcluir