domingo, 29 de maio de 2011

Vertigem

O trem estava muito rápido, mas eu não sabia se era ele ou eu que estava rápida. Meus olhos não distinguiam os movimentos . As pessoas na minha frente, paravam, saíam, desciam; e novas pessoas entravam. Eu queria poder ver seus rostos, mas meus olhos insistiam em fixar-se no lado de fora da janela, eu não sabia se era eu ou o trem estava em movimento.

E naquele instante em que eu quase acordei a imagem dela me veio na mente, totalmente distorcida, minha cabeça doía e ela estava ali, na minha frente sorrindo. Ela me tocou, e eu fiquei parada sem saber se estava em movimento . Ela se movia em mim de cima para baixo e eu assistia tudo aquilo com o corpo em febre. As pessoas entravam e saíam e paravam na minha frente. Eu e ela na minha mente. E o trem parou, mas eu não sabia se era ele ou eu que tinha parado.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Finalmente... agora sou!

Estamos sós, porque somos uma só. E nos fazemos companhia porque nos completamos.
Estamos uma dentro da outra e nos encontramos. Em um simples beijo, misturamos nossas almas e mesclamos a nossa pele. Nossos músculos e vísceras estão quentes e podemos sentir os corações no mesmo ritmo.
Absolutamente tudo está calmo e tranqüilo. Não há nada de desagradável que possa ultrapassar o círculo de energia que nos envolve.
         Agora eu finalmente posso sentir que o mais sublime dos sentimentos existe. Posso sentir, tocar, degustar, farejar, e posso ver a cor de um sentimento verdadeiro.
É algo inacreditável, sinto que ela agora está nas minhas veias e artérias e sinto que agora somos como uma massa que foi preparada por um poderoso alquimista. Agora encontramos o ponto finalmente. E nos tornamos consistentes.
Não somos mais as mesmas, e nunca mais poderemos ser. É inevitável.
Tudo está misturado, tudo está tranqüilo, tudo está calmo, absolutamente tudo.
Finalmente eu agora sou o que sempre quis e deveria ter sido.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Deslizes

Grandes erros eu cometi? Deslizes? Erros erros e mais erros.
Pensar no teu corpo deslizando sobre o meu. Deslizes?
Meus pensamentos sentem o calor do meio das tuas pernas...  nas minhas mãos
O maior erro é pensar! É? Será?
Deslizei na suavidade da sua voz, adormeci nos seus braços nos meus sonhos , depois disso,  nas nuvens, e deslizei as mãos nos teus seios e errei quando vi as suas deslizarem nos meus... porque olhei? Meus olhos deslizaram até os seus.
E foi neste momento que eu acertei! Finalmente um deslize certeiro. Quando encontrei teus olhos, eles me fizeram parar e deslizar e acertar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A filha de Zéfiro

Vi uma mulher no céu
Ela brincava com as nuvens
Ela tinha os olhos fixos no nada
Eu a chamei, cantei para ela como o Bem Te Vi ao amanhecer
Quem sabe ela me ouviria
Ó filha de Zéfiro, venha das alturas até mim
Eu te vi misturada com o ar
E eu me misturei com a terra
Olhando para cima
para a Mulher que eu via
Meus olhos não me obedecem mais
E a claridade me cega em uma vertigem enlouquecedora
E eu a chamo, eu canto...suavemente até desfalecer.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Amora II

Sabe quando algo está acima da realidade mórbida e fria. Quando aquela vontade de ter o corpo encostado  no seu, sentindo todo aquele calor, aquela maciez aparece de repente.
Quando nada te importaria, absolutamente nada e quando o desejo é tão grande que chega a doer fisicamente.
E a dor do desejo começa a se misturar com a tristeza da impossibilidade. É algo próximo da loucura. Aliás quais dos teus desejos não se aproximam da loucura?
Dentro daqueles olhos, sim, porque meu desejo tem nome e tem olhos, existe uma atmosfera criada por mim, ela cheira a enxofre e é quente. Ela e adequada aos meus vícios, dentro dela eu estou com você... sempre!
A dor... ela está fora dos Olhos, ela está ao meu lado agarrando o meu braço. Mas lá dentro, é lindo, ah! como é lindo ! Meu corpo e minha alma se enchem de ternura e prazer pulsante, quando olho nos olhos do meu desejo. Ele tem olhos; lindos olhos ... o meu desejo, perfeitos e lindos como Luas de sangue.
Eles enxergam-me nua, despida, e isso faz-me sentir mais presa em mim, como se me sufocasse. Quero esconder-me, mas não vou conseguir. Pelo menos por enquanto. Tudo isso, essa realidade mórbida e fria está em mim como uma doença, uma doença que se alastrou, impregnou a minha alma e os meus músculos!
Tu és  o meu maior desejo, e o meu câncer!
Assim morrerei e assim viverei!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Amora

O que será que tem agora?
Agora que estou perdida aqui fora?
Sabe aquele pé de amora?
aquele que tem aí fora...
ele mesmo, ele não se lembra mais 
e por isso nada vigora, nada aflora.
Talvez ele não tenha visto nada,
Apenas sua emoção controla,
Porém o mais forte e certo é 
que você vá embora e tudo continue sendo como outrora.