segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Intenso




Hoje me deu vontade de sintonizar o rádio.
Dançar descalça. 
Correr no asfalto.
 Pegar o carro.
Comer pudim. 
Comprar roupas. 
Mudar-me de casa. 
Cortar os cabelos. 
Beijar a mão, sair na chuva.
Subir na árvore, dormir no chão. 
Beber conhaque, sussurrar um segredo.
Amar-te sem medo. 
Pintar as unhas, rasgar as meias, chorar baixinho.
Fechar o portão. 
Fazer avião de papel. 
Usas óculos escuros e chapéu. 
Escrever no caderno. 
Traçar um círculo.
Picar frutas e jogar mel.
Cruzar os dedos. 
Colocar a máscara. 
Subir a escada. 
Bater na porta. 
Girar. 
Bater. 
Sorrir. 
Sangrar.
Gemer. 
Beijar. 
Hoje me deu vontade de parar.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Conto de passagem.

Tirou a roupa lentamente, ligou o chuveiro olhou a água caindo antes de entregar seu corpo. Naquele momento Fey só queria que aquele banho tirasse tudo que ela sentia, devolvesse a ela toda a sua vitalidade.
Ficou de cabeça baixa por alguns minutos, olhos fechados, deixando a água cair na sua nuca. Abriu os olhos, viu a água que escorria na sua pele formando vários caminhos de água que lembravam rios de forte correnteza.
Virou-se para molhar o rosto, foi quando sentiu uma energia diferente, não se assustou, não teve medo, apenas sentiu. Lembrou-se da Grande Mãe, e imediatamente pôde entender que era a presença Dela que a fazia sentir aquela energia. Com a pouca experiência que tinha na Arte, ela já havia aprendido a deixa Ela falar, sem forçar nada. Então voltou a cerrar os olhos e acalmou-se. Fey sentiu seu corpo maior, seus músculos fortes, e sua alma serena.
Lembrou-se da carta do tarot A Imperatriz, pela primeira vez, sentiu-se mulher, dona de si, lembrou-se da sua idade, e de como fazia tempo que parecia ter a mesma, mas hoje era diferente, ela era uma mulher e o Espírito da Grande Mãe estava ali, ela nua diante Dela, e Ela mostrando-lhe o quanto ela havia mudado.
abriu os olhos, ainda sentia que era maior tudo a sua volta era mais concreto, mais nítido. Banhou-se, banhou seu corpo de mulher, banhou sua alma como um artista que termina sua obra. Enrolou-se na toalha, olhou-se no espelho do banheiro, e fez um voto com Ela, que daquele momento em diante seria sua Grande Sacedortisa. Ela que estava ali, sempre, Fey a partir daquele momento não tinha mais dúvidas nem esquecimentos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Interditado, não leia.

Meus sonhos são interditados,e cada porta que eu abro dentro de mim me leva à outra... trancada por correntes e cadeados
Elas são infinitas!!
Meus desejos são interditados, eu sinto o peso das bolas de ferro quando os arrasto.
Sou prisioneira dos meus próprios sonhos, eles me impedem de atravessar a porta de vidro que me isola do mundo.
Meus pensamentos são invioláveis, não há mãos que os alcancem. Tentei pendurar cordas, onde estão os ganchos?
Tentei subir, tentei alcançar o céu mas quando acordei da alucinação estava no submundo.
Não há escadas lá.
E se... E se... e se... E se...
Mande parar por favor, uma voz, preciso de uma vos que mandem meus pensamentos se calarem!
Não tenho voz, não tenho movimentos, estou presa, violada e interditada.
O meu amor... ah ele é livre, ele está entregue... o que sinto é lívido, é branco, é negro.
Eu amo impiedosamente, e minha loucura me cerca, meu amor me cerca. Não há cercas... não há correntes...
Óh, há uma corrente sim.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

doces sonhos


e se sesse hoje como fosse ontem.
e se no portão da minha casa você aparecesse
e minha boca beijasse
e com seu beijo eu dessa vez boa ficasse

sábado, 13 de agosto de 2011

There's a little black spot on the sun today.

todo brilho que uma hora foi meu, agora está manchado,
todo calor que estava no meu corpo agora está congelado.
pequenos pedaços de pele caem dele, formando feridas mornas
todo o resto dói dói muito, é uma dor incurável essa, procuro em você a cura dessa dor, mas como diz a música
"It's My Destiny To Be The King Of Pain".

sábado, 16 de julho de 2011

O Louco e a Festa


Era uma vez, um homem que morava no fim da rua. Ali ele tinha a sua casa, rua inteira, a sua cama na calçada, a sua TV passando a todo o momento pela sua frente, carro, carroças, pessoas, animais, água, vento. Ali ele era solitário, a não ser pelo álcool que sempre o acompanhava. O seu trabalho era digno, ele limpava a rua e os lixos orgânicos de todas as casas do número 26 até o 466. Sempre estava vigilante olhando para o céu, embriagado, tonto, sem saber quem era.
Quando ele olhava para o céu e sentia o seu próprio cheiro ele se lembrava da única coisa que ainda lhe trazia esperança: o seu grande amor... esta lembrança era o que o mantinha vivo naquela rua.
Nesta rua havia uma casa de festas, quase todos os fins de semana havia festas de casamento ali. Ele esperava chegar o fim da festa onde todos já estavam embriagados, quando os seguranças estão mais relapsos, ele colocava o terno que tinha e entrava, ele sorria, com aquelas luzes e flores, com aquelas pessoas dançando, comia os restos das mesas e a cerveja dos copos, pegava as flores com as mãos e amassava. E ele sorria, sorria e sorria, comia bolo, doces, dançava no meio das pessoas, os seguranças já nem falavam mais nada pois já o conheciam, ele ficava imaginando se seu amor estivesse ali, ele não moraria na rua, ele não dormiria na calçada e nem beberia resto de cerveja. Talvez, ele tomaria champanhe na taça com os braços entrelaçados. Talvez ele distribuísse o bolo e pegasse sua noiva no colo. Ele poderia também dançar com ela no seu colo, e girar com ela. E ele olhava pra cima para as luzes e sua cabeça girava com a embriaguez e com sua imaginação. E antes da festa terminar ele voltava pra sua casa, tirava o seu terno, deitava na sua cama, olhava para o seu teto que era o seu céu nem sempre estrelado e dormia. Sonhava sempre com essas festas, sonhava com sua festa. E assim ele vivia. Certo dia quando ele acordou não sentiu forças para levantar, nem para olhar os números das casas. Outro dia ele não via mais as nuvens nem as pessoas. E assim os dias foram passando, a semana inteira, ele não conseguia mais pensar na sua esperança e na sexta feira ele não teve forças pra ir até a festa... nem ao menos de ir até lá ver se ainda havia festas. Agora lhe parecia que há muito tempo não havia festas, e então ele fechou os olhos e morreu, fraco, bêbado e sem esperanças. E não houve festa, nem lágrimas por ele. Porém a casa continuou com seus casamentos e suas noivas no colo e suas taças de champagne. E suas flores... 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Meu corpo é o instrumento, hora se mistura a ele.
Quando o toco, o instrumento é meu corpo que emite o som, e quando emito o som é o instrumento que me toca.
Meu coração é um tambor, minha garganta um sax, meu ventre um alaúde,
meus braços um kanum, meus pés um derbak.
Meus olhos são flautas. Minha alma... será um violão?
Quando toco, fecho os olhos e sinto a perfeição, sinto que estou entregue àquela perfeição de ser, eu mesma a arte e o artista.
Ò Música, ó música, toque nos meus ouvidos mesmo sem pilha no rádio. Não tenho mais pilhas, mas tenho corda, teclas e couro pra desenhar e pintar a vida!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O conto da rua de pedras.











Ela a avistou no fim da rua, o som de seus passos te davam arrepios.  Conforme se aproximava, ela podia ver mais nitidamente seu olhar, que como sempre estava forte e inebriante, eles lhe causavam intimidação pela tranqüilidade que transmitiam.
Finalmente ela estava próxima, bem próxima.   
Seu corpo estremeceu e seu coração acelerou, sua respiração ficou ofegante e o esforço que fazia para não demonstrar a onda de sentimentos que lhe tomava, fez com, por um momento, sentisse uma vertigem. Sentia raiva por não poder controlar isso.
- Você está bem? Perguntou-lhe tocando seus ombros e lhe dando um beijo leve na boca.
- Sim, estou, disse com um sorriso forçado.             
- Bem, estou aqui, porque me chamou?
Seus olhos agora pareciam duas espadas que lhe cortavam o rosto.
- Queria te ver, estava com saudade.
- Você me disse ao telefone que tinha algo a me dizer.
- E... eu sei. Disse baixinho enquanto sentia-se hipnotizada pela imagem de Lia.
- Na verdade eu queria dizer o que você já sabe, Queria dizer que eu te amo, e que não consigo mais viver sem você.
-Ama-me? Disse ela franzindo a testa. – O que quer dizer com isso?
Ficou em silêncio e abaixou os olhos, lembrou-se das ciganas que. Quando dançam, e disputam algo jamais abaixam o olhar, pois isso significaria que perderam a disputa.
-Não, não fiquei assim, o que há de errado em amar? Disse ela olhando pra um ponto fixo que eu tentei decifrar onde era, porém não consegui.
- Em amar, não há nada errado, a única coisa errada às vezes é a pessoa a quem se ama.
- Pensas que sou a pessoa errada pra se amar? 
- Não.
- Então... por que se entristeceu?
- Por nada. Dizendo isso, sentou-se na calçada e acendeu um cigarro.
Lia permaneceu de pé imóvel. Olhando pra ela, parecia inquieta, porém pensativa.
- Você disse que eu já sabia disso, talvez soubesse, mas ouvir de sua boca foi bem melhor sabe?
- Melhor? Disse, com ar de sarcasmo.
- Levante-se, por favor. Vamos sair daqui, está frio.
Ela levantou-se e a abraçou pela cintura, ainda com o cigarro entre os dedos.
Lia fechou os olhos e sentiu a respiração quente, em contraste com o ar gelado daquele fim de tarde.
Ela beijou seu pescoço sensualmente, e logo chegou à sua boca. Molhou um pouco com a língua, e em seguida a beijou, Lia quase desfalecida em seus braços. Com a outra mão tocou-lhe as coxas, suas mãos estavam deliciosamente quentes, e logo estavam na vagina ainda por fora da calcinha.
Calmamente ela a masturbou, lentamente, discretamente. E a beijava, sentindo sua alma, suas vísceras, o calor do sangue.
Não conseguia entender como podia ser algo tão intenso o que sentiam uma pela outra.
Lia abriu os olhos, estavam brilhantes, sorriu, ainda sentia sua vagina pulsar do orgasmo que acabara de ter. Seu corpo estava fraco, e ainda apoiava-se nos braços dela.
- Porque fez isso? Sabes que eu não resisto.
- Também não.
- Vamos sair daqui por favor, quero ficar com você,                                                                        o resto da noite. Disse sorrindo.
- Aonde vamos?
- Não importa, disse Lia, o que importa é estarmos juntas essa noite.
- E desapareceram junto com o por do sol, naquela rua de pedras. 

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Cold mornings

Suas mãos exploraram todo meu corpo, suas belíssimas mãos me tocaram como nunca havia sido tocada.
O que eu senti foi completamente novo e delicioso.
Eu sempre quis ter seus olhos próximos aos meus e consequentemente todo seu corpo em contato com o meu.
Sempre quis pegar na sua mão, sempre quis acariciar seu rosto e te beijar carinhosamente. Agora você não é mais alguém completamente distante, agora você mora dentro de mim Rosa Branca, agora você faz parte de mim.
Para mim, isso é algo sublime.
Eu te amei naquela manhã de domingo e continuo te amando assim como amava antes da manhã de domingo!
Elas eram gélidas, todas elas... Rosa branca!
Sinta meu amor, mesmo que abafado pela tristeza, mas sinta.
Por favor!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Toque












mãos deslizando
pés se roçando e toques
suaves e frenéticos se fundiram
em um domingo de sol
Tem coisa mais gostosa do que tocar,
provocar e dar prazer,

e receber isso?

corpos suados, energias trocadas
e ainda um rastro de cheiro do seu corpo
e sabor da sua boca em mim

meus pensamentos e desejos
assombrosamente de maneira
natural, enfeitiçados
e não tem coisa que eu ame mais que
isso.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Amora III



Agora, agora, agora,
Não precisei ir lá fora,
você não foi embora,
Você ficou comigo,
E tiramos galhos do pé de amora,
Olhou nos meus olhos com amor,
Senti que que estávamos conectadas,
E tudo parece perfeito nessa hora.
Ai minha Rosa,
venha comigo por esse mundo afora,
Esqueça tudo, e deixe que seu gozo na minha boca escorra como escorre água de uma lora,
Para, assim você sentir a plena liberdade.
E te digo amor
Assim essa tristeza no meu peito melhora.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Dor



Ela perfura meu ventre.
Ela rasga minha pele.
Ela queima meu rosto.
Ela quebra meus ossos.
Ela mastiga minhas carnes.
Ela desfia minhas artérias.
Ela arranca meus cabelos.
Ela viola meu sexo.
Ela seca minha boca.
Ela mata minha alma.

A Dor

Ela está aqui do meu lado, não me deixa um minuto se quer, ela amortece o amor, ela torna suave o carinho, ela arranca o torpor do desejo, ela  não deixa impregnar em mim o mais doce olhar. Ela não vai deixar de novo o fogo do mais puro toque e do mais verdadeiro sentimento fazerem parte dos meus pensamentos. Ela está comigo e meus olhos não olharão mais com amor para nada , porque ela não deixará.
Minha boca, meu sangue, minha pele, meu sexo, minhas carnes, meu ventre, meus ossos, minhas veias, tudo dói, intensamente. Então, não me toque, não me ame, não me espere, não me queira, não me molhe, não me dê de comer, apenas deixe doer e mantenha distância.
E o mais importante é: não olhe para mim nem para minhas feridas, nem para minha terrível imagem distorcida, não sofra. Vá embora e seja feliz!!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O diabo

Ela apareceu, a carta 15.  O diabo.
Tudo deveria estar sob controle. Todo o desejo de tê-la nua, colada ao seu corpo, a vontade de sentir-la por dentro, úmida e macia. Não deveria dizer que quero acariciar o seu corpo todo e tocar e beijar, fazer o que ela pedir lamber, lambuzar. Com certeza ela não deveria fazer isso, afinal fomos ensinadas a cruzar as pernas e não abri-las. Ela quer tirar suas roupas devagar, com cuidado para não arrancar nenhum botão e nem rasgar o delicado tecido de sua blusa. Ela quer deslizar as mãos de baixo para cima nas suas pernas e chegar até seus seios. Mas ela também não deveria dizer e nem fazer isso, mas a sua mão já toca seu rosto e seus dedos já anteriormente molhados já estão dentro de sua boca.
Seus olhos já estão fechados e o prazer inunda seus corpos. Ela sabe que não deveria, mas agora os movimentos, são como coreografia, fluem como um tango, as pernas entrelaçadas e a respiração das duas seguem o mesmo ritmo, as pausas, os allegros e os adágios. Tudo flui.  
E a dança é uma bela dança, que lindo e que perfeito, que intenso, elas se olham de cima a baixo, e pensam, mas não precisam falar, pois tudo é dito co as mãos, enfim, elas já entraram no interior uma da outra.
E agora ela já não pensa mais que não deveria.
A carta, ela está ao lado caída, e o assustador rosto de Kali brilha para elas e a Flauta de Pan finalmente é tocada para celebrar o êxtase, e a entrega...a entrega total ao que há de mais selvagem!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Minha Rosa Branca



Amor, amor, soubera eu o quanto doem os atos de amor.
E os que escondem o amor são mais doloridos.
Porque para mim, não se trata disso.
É doloroso demais ficar lá dentro trancada, sem luz, enfim atos que matam aos pouquinhos.

 - É melhor matar. Sim. É melhor. Sempre foi assim.
 - Não! Não por favor! Venha aqui, quero te abraçar forte, quero sentir seu corpo, seu coração batendo.  saia daí de dentro e venha aqui, por favor! Por uma única vez, por favor. Eu te mostrarei o amor, o verdadeiro prazer, como jamais ninguém poderá fazer. Que seja por uma única vez.
 - Minhas mãos, elas já não produzem mais nada.  
 - Não precisa. Deixe que eu farei tudo.
 - Eu te odeio!
 - O ódio é o amor doente.
 - Vá embora.
 - Estou indo.
 - Promete que nunca mais voltará?
 - Como doem os atos que escondem o amor, eu olho pra você e te amo, e isso não dói em mim. Mas não são sua palavras que me machucam. Antes fossem suas palavras. O que me dilacera são seus atos e suas decisões.
 - Promete que me deixará em paz?
 - Quando eu olho pra você, para sua boca, seu sorriso, seus seios e seus cabelos, eu desejo tocar-te, com carinho, com leveza, para que te sintas bem. Mas para mim o que me preenche é o teu olhar, e ele entra também como sangue novo nas minhas veias, mas também como a onda da morte. Não porque não me amas mas porque escondes seu am...
 - Prometa. Por favor.
 - Prometo. É isso que queres, minha rosa branca? (lágrimas nos olhos). 

Já não estava mais lá. A Rosa... não estava.
Como é triste o amor. Seja ele como for, é triste demais. Não terei mais minha rosa e não serei mais uma rosa, agora são só espinhos perfurando meus punhos em busca de sangue. É pontiagudo, o amor, é cortante, é algo que ficou pra trás. 
Agora. eu esqueci o que é amar. Sabe, prefiro esquecer do que esconder. Agora escondo e agora entendo a dor.
Olho a rosa ao meu lado no armário do banheiro, pego-a com as mãos e as tinjo de vermelho sangue.

domingo, 29 de maio de 2011

Vertigem

O trem estava muito rápido, mas eu não sabia se era ele ou eu que estava rápida. Meus olhos não distinguiam os movimentos . As pessoas na minha frente, paravam, saíam, desciam; e novas pessoas entravam. Eu queria poder ver seus rostos, mas meus olhos insistiam em fixar-se no lado de fora da janela, eu não sabia se era eu ou o trem estava em movimento.

E naquele instante em que eu quase acordei a imagem dela me veio na mente, totalmente distorcida, minha cabeça doía e ela estava ali, na minha frente sorrindo. Ela me tocou, e eu fiquei parada sem saber se estava em movimento . Ela se movia em mim de cima para baixo e eu assistia tudo aquilo com o corpo em febre. As pessoas entravam e saíam e paravam na minha frente. Eu e ela na minha mente. E o trem parou, mas eu não sabia se era ele ou eu que tinha parado.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Finalmente... agora sou!

Estamos sós, porque somos uma só. E nos fazemos companhia porque nos completamos.
Estamos uma dentro da outra e nos encontramos. Em um simples beijo, misturamos nossas almas e mesclamos a nossa pele. Nossos músculos e vísceras estão quentes e podemos sentir os corações no mesmo ritmo.
Absolutamente tudo está calmo e tranqüilo. Não há nada de desagradável que possa ultrapassar o círculo de energia que nos envolve.
         Agora eu finalmente posso sentir que o mais sublime dos sentimentos existe. Posso sentir, tocar, degustar, farejar, e posso ver a cor de um sentimento verdadeiro.
É algo inacreditável, sinto que ela agora está nas minhas veias e artérias e sinto que agora somos como uma massa que foi preparada por um poderoso alquimista. Agora encontramos o ponto finalmente. E nos tornamos consistentes.
Não somos mais as mesmas, e nunca mais poderemos ser. É inevitável.
Tudo está misturado, tudo está tranqüilo, tudo está calmo, absolutamente tudo.
Finalmente eu agora sou o que sempre quis e deveria ter sido.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Deslizes

Grandes erros eu cometi? Deslizes? Erros erros e mais erros.
Pensar no teu corpo deslizando sobre o meu. Deslizes?
Meus pensamentos sentem o calor do meio das tuas pernas...  nas minhas mãos
O maior erro é pensar! É? Será?
Deslizei na suavidade da sua voz, adormeci nos seus braços nos meus sonhos , depois disso,  nas nuvens, e deslizei as mãos nos teus seios e errei quando vi as suas deslizarem nos meus... porque olhei? Meus olhos deslizaram até os seus.
E foi neste momento que eu acertei! Finalmente um deslize certeiro. Quando encontrei teus olhos, eles me fizeram parar e deslizar e acertar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A filha de Zéfiro

Vi uma mulher no céu
Ela brincava com as nuvens
Ela tinha os olhos fixos no nada
Eu a chamei, cantei para ela como o Bem Te Vi ao amanhecer
Quem sabe ela me ouviria
Ó filha de Zéfiro, venha das alturas até mim
Eu te vi misturada com o ar
E eu me misturei com a terra
Olhando para cima
para a Mulher que eu via
Meus olhos não me obedecem mais
E a claridade me cega em uma vertigem enlouquecedora
E eu a chamo, eu canto...suavemente até desfalecer.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Amora II

Sabe quando algo está acima da realidade mórbida e fria. Quando aquela vontade de ter o corpo encostado  no seu, sentindo todo aquele calor, aquela maciez aparece de repente.
Quando nada te importaria, absolutamente nada e quando o desejo é tão grande que chega a doer fisicamente.
E a dor do desejo começa a se misturar com a tristeza da impossibilidade. É algo próximo da loucura. Aliás quais dos teus desejos não se aproximam da loucura?
Dentro daqueles olhos, sim, porque meu desejo tem nome e tem olhos, existe uma atmosfera criada por mim, ela cheira a enxofre e é quente. Ela e adequada aos meus vícios, dentro dela eu estou com você... sempre!
A dor... ela está fora dos Olhos, ela está ao meu lado agarrando o meu braço. Mas lá dentro, é lindo, ah! como é lindo ! Meu corpo e minha alma se enchem de ternura e prazer pulsante, quando olho nos olhos do meu desejo. Ele tem olhos; lindos olhos ... o meu desejo, perfeitos e lindos como Luas de sangue.
Eles enxergam-me nua, despida, e isso faz-me sentir mais presa em mim, como se me sufocasse. Quero esconder-me, mas não vou conseguir. Pelo menos por enquanto. Tudo isso, essa realidade mórbida e fria está em mim como uma doença, uma doença que se alastrou, impregnou a minha alma e os meus músculos!
Tu és  o meu maior desejo, e o meu câncer!
Assim morrerei e assim viverei!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Amora

O que será que tem agora?
Agora que estou perdida aqui fora?
Sabe aquele pé de amora?
aquele que tem aí fora...
ele mesmo, ele não se lembra mais 
e por isso nada vigora, nada aflora.
Talvez ele não tenha visto nada,
Apenas sua emoção controla,
Porém o mais forte e certo é 
que você vá embora e tudo continue sendo como outrora.